quinta-feira, julho 05, 2007

Janela


A janela que em algum lugar eu não fechei,
Bem longe, nas extensas horas do dia,
Continua aberta ainda; e agora, de noite,
A casa profunda se remexe, os corredores
Gelam no aberto estio que resvala de quarto em quarto.
Onde ficou o erro que tão certamente fez
O acaso se vingar do preguiçoso,
Tornou inquietas as cortinas, e indóceis as portas distantes?


Essa negligência apenas, pequena durante o dia, alcança
Uma dimensão vergonhosa na noite. Ouço
O vento da noite
E anseio por saber se o sono indulgente
Haverá de vir entre as badaladas do relógio;
Ou eu deveria levantar e fazer a ronda
E apalpar com mãos frias até rastrear, no escuro,
Aquele erro, que tantas vezes cometi?
Alan Browjohn
Do blog de Marcelo Coelho
Fascinante passeio o que fiz hj, descoberta feliz de mais um poeta,"... vestindo sentimentos" como bem disse Mario Quintana
Nise

Nenhum comentário: