sexta-feira, agosto 29, 2014

Tempo houve.

Tempo houve que na casa de minha infância existia uma fada. O inesperado roubou a fada.
Havia um guardião de meus temores, um doce menino para dividir os sonhos. Tempo houve.
Nas paredes simples eu imaginava gentes , nas ranhuras.
Tempo houve que eu tinha desejos e imaginava castelos com minha fada voltando.
Mas só havia um dragão vigiando meus pesadelos.
Tempo houve que quem mais amei , esqueceu de mim.
Tempo houve que busquei o inesperado , confiei no contido , na vida cheia de promessas.
Tempo houve que tive todos os desejos, todo amor, toda ternura.
Tempo houve.

Mas eu não estava lá.

Nise.
São Gabriel, 29 de agosto de 2014.

domingo, maio 04, 2014

Não.

Não deixei de viver, não deixei de pensar,não deixei de sentir, não deixei de perceber, de amar , de sofrer,alegrar.
Não.
Eu só deixei de vir aqui onde a poesia espera e os poetas me abraçam.
Envelheci.
As mechas dos cabelos misturam-se aos brancos, disfarço e mostro.
Nessa madrugada de domingo precisei estar aqui, exatamente aqui onde sou eu , sem máscaras, onde sou eu, eu.
Senti saudade.
Senti fugir as palavras, acomodarem-se sentimentos , inacomodáveis.
Agora as palavras atropelam-me, rápido demais o pensamento, um pouco lentos, meus dedos, no teclado.
Li muito.
No momento sinto uma repulsa extremada e ilimitada pelo (chamarei de senhor?) Mas claro que não!!! Pelo verdugo mor do direito e da palavra humano ,esse ser repulsivo: Joaquim Barbosa.
As notícias de sua insanidade me fazem sã demais.
Mas eu só mencionei , ainda vou escrever mais sobre o mal e o bem.
Para mim sempre foi assim:Mal e bem, luz e escuridão.
E conheci o mal e a escuridão com JB.
De perto, vivo.
Não o deixarei abalar nem tocar minha idéia de justiça e humanidade.
Não o deixarei mais tempo na minha mente.
No face , posto todo dia comentários, compartilho indignação.
Aqui , só hoje.
Aqui, não.

Não!

São Gabriel, 3 de maio de 2014.
Nise.