quarta-feira, julho 11, 2007

Conto para Laura


No tempo que acreditávamos poder explicar o que sem explicação é, caminhos tortuosos mas encantados de ternura de teu pai, morreu Leoa, a cachorra doberman, filha da Preta.
Antes, bem antes, quando estava próximo o nascimento de Flora, Preta foi embora. Disse o Gringo que ela sabia a hora certa de sair...
Na ocasião, debaixo de um cinamomo, perto da janela foi enterrada. Da janela do quarto de teu pai, amorosamente colocada, suspiro doído de lembrar.
Eras pequena e amavas cada animalzinho, principalmente os da chácara, que te guardavam.
Quando Leoa partiu, foi difícil compreenderes a ausênsia definitiva. Mais uma vez, teu pai (repartindo a saudade, buscando consolar-te) criou uma estória bonita, quem dera fosse mesmo assim!
"-Sabe Laura, agora Leoa vive no céu"
Refletistes a idéia, acho que amenizou por um tempo tua saudade.
Uma noite, de mãos com teu pai, lá fora entre árvores, terra e céu, fizestes um pedido:
-Pai , me ajuda subir no galho mais alto, quero esticar os braços, tocar Leoa com minhas mãos.
Tocar estrelas!!!
Hoje posso te dizer "porque vivi" que as estrelas mais inatingíveis são aquelas que muito perto, ignoram nosso coração.
Menina querida, há estrelas em teu olhar, brilho em tua vida, muita beleza que orgulha essa tia que mesmo distante nunca deixou de te amar.
Tia Ivanise

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