
Perfume de Flores Perdido
Marília Kubota
Certo, seus olhos guardam
uma vela menor
dentro de velas que derreteram
enquanto os santos partiram em férias
Certo, o rancor é uma flor cultivada em concha como pérola
Mergulhadores saltam para o abismo
tateando sais
que fustigam a sede no mar profundo
Ostras devoram os membros
indecisos
Certo.
Deixe seus pés seguirem o perfume
sem perguntar
Onde.
Para meu amor, Bruno, que além de espiar, cuida de meu coração
Chove muito.
Foi longa demais a estiagem.
A terra, banha-se.
A natureza, festa. Eu observo.
A casa protege-me de um mau tempo tão bom.
Acenderei a lareira, escutarei a chuva, beberei café.
Tudo parece tão trivial.
Escuto os trovões, relâmpagos espiam por minha janela.
Oi, vem cá, chove chuva, troveja tempo, espia meu coração.
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