sexta-feira, abril 28, 2006

Soneto 30

" Soneto 30


Quando à corte silente do pensar
Eu convoco as lembranças do passado,
Suspiro pelo que ontem fui buscar,
Chorando o tempo já desperdiçado,
Afogo o olhar em lágrima ,tão rara,
Por amigos que a morte anoiteceu;
Pranteio dor que o amor já superara,
Lastimando o que aconteceu;
Posso então lastimar o erro esquecido,
E de tais penas recontar as sagas,
Chorando o já chorado e o já sofrido
Tornando a pagar contas já pagas,
Mas, amigo, se em ti penso um momento,
Vão-se as penas e acaba o sofrimento.

Shakespeare."

Amigos , que a morte anoiteceu.
Amigos , amanhecendo.
Amigos , comigo, entardecendo.
Obrigada.

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