sábado, outubro 27, 2007

Sonhos


Há sonhos individuais e coletivos. Sonhos irresponsáveis e delirantes, mas também sonhos previsíveis e tediosos. Há até os sonhos que nem são nossos, mas assumimos como tal, certos de que estamos fazendo o correto.
Dos sonhos irresponsáveis e delirantes, podemos destacar os dos jovens: dirigir o carro do pai; sem carteira, ter um caso com aquele amigo casado e mais velho, fumar maconha pela primeira vez, transar sem camisinha, beber até cair.
Sonhos delirantes tem-se em qualquer idade: conhecer os Stones, acertar na loteria, voltar no tempo; só pra dizer aquilo que ficou entalado na garganta, encontrar um poço de petróleo ou uma mina de ouro.
Uma raça em extinção de sonhos são os implantados ou transferidos: mamãe quer que eu seja médica, meu namorado adora me ver naqueles “tutus” de balé, e meu pai adoraria ter uma dúzia de netos. Cruzes!
Os sonhos previsíveis começam a aparecer quando a pessoa está alcançando a maturidade: passar no vestibular, conseguir um bom emprego e uma boa remuneração, fazer um curso no exterior e, talvez, mais tarde, constituir uma família.
Já os sonhos tediosos são aqueles praticamente impossíveis: o pobrezinho sonha desde criança em ter um “Ferrari” mas, infelizmente, é pedreiro. Apenas ilusão. Tenha dó!
Os sonhos são, resumidamente, um retrato das necessidades do nosso ser. Quem não sonha não vive.
O que sustenta viva uma pessoa doente, em estado terminal? Uma esperança, um sonho de, um dia, voltar a caminhar ao sol. O que mata o jovem são e lúcido? A falta de sonhos, perspectivas, caminhos a trilhar.
Que não deixemos nunca de sonhar e que, com o tempo, aprendamos a sonhar os sonhos certos.
Flora Valls Machado
Um sonho, minha menina Flora.
Tia Nise

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