quarta-feira, outubro 31, 2007

Nunca mais


Pensei que o tempo era meu
Eu, brinquedo do tempo.
Menino levado erguendo pipas
Pipas, os sonhos meus.
Pensei que a vida era minha
Eu, brinquedo da vida
Menina levada brincando tres marias
Tres marias não alcançam o céu, vida minha.
Pensei que a ternura era minha
Eu, brinquedo da ilusão
Mocinho levado brincando de estilingue
Acertou ternura,
Quase morri.
Pensei que a verdade conhecia
Mocinha brincando de roda
Largou verdade no vento
Voltou empoeirada,
Irreconhecível,
Quase me perdi.
Pensei conhecer modéstia.
Sepultou-me a soberba.
Pensei que o amor podia
ser parceiro meu.
Homens e mulheres cruelmente brincaram
bola de gude
meu coração.
Pensei que podia contar
perdi a conta e os cantares
Hoje quem resta sou eu
pedindo nunca mais.
Nise
São Gabriel, 31 de outubro de 2007.

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