sábado, fevereiro 02, 2008

Sinos dos Ventos



7,30 .



Levanto.



Ando pela casa, vigiando portas, espiando janelas.



Reviro gavetas esquecidas.



Só.



Acho, numa delas, meus sinos de vento.Na última mudança , ali esquecidos.



Já não estou só.



Uma vontade de casa enfeitada, de vê-los ao vento balançar e tocar...



Na caixa de ferramentas, martelo e pregos, no coração um alvoroço de alegria antecipada por cada um.



Do de pedras cortadas como fatias de si, o de pássaros que querem voltar a cantar, o todo colorido, furta cores chinês , finalmente o de estrelas.



Espalho -os pelas portas, janelas, emocionada, feliz.



8,30.



Levantas.



Amarras teu ranço nos meus pés, colocas fel na minha boca, emudeces o vento.



Resta tapar os ouvidos, fechar o coração e imaginar que teu riso podia ser o mais bonito sino dos ventos.







Nise

São Gabriel, 2 de fevereiro de 2008.



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