Volto contigo à terra da ilusão,
mas o lar de meus pais,
levou-o o vento
e se levou a pedra dos umbrais
o resto é esquecimento:
procurar o amor neste deserto
onde tudo me ensina a viver só
e a água do teu nome se desfaz em sílabas de pó
é procurar a morte apenas,
o perfume daquelas longínquas acuçenas
abertas sobre o mundo como estrelas:
despenhar no meu sono de criança
inutilmente a chuva da lembrança.
Carlos de Oliveira (1921/1981)
Nenhum comentário:
Postar um comentário